terça-feira, 17 de junho de 2008

Política

Eleições de Conselho de Centro

Do CAHL (UFRB)

Configuração Política

Opinião

Renato Luz

Esta acontecendo nesses dias 04 e 05 no Centro de Artes Humanidades e Letras a eleição para o Conselho de Centro, serão eleitos dois membros e a eleição é pleiteada por três nomes, Alanna (3º semestre de comunicação), Juliane (4º Semestre de museologia) e Mauricio (4º Semestre de Historia, atual presidente do DCE).

Na segunda, ocorreu um debate entre os candidatos, que insistiram na tese que queriam representar a todos independente do curso, no entanto pela própria configuração da eleição, onde os três candidatos compuseram uma chapa com um suplente do mesmo curso, caracterizou a eleição de fato como “Guerra” entre os cursos, já que nenhum se preocupou em forma chapa mista. Cada eleitor tem dois votos, nesse contexto que sai na frente é o candidato de Historia Mauricio Quadros (que durante o debate foi questionado sobre a acumulação de funções; DCE, D.Ade Historia e agora candidato a reeleição para conselho de Centro) isso porque Historia tem o maior número de Estudante do CAHL, como o voto é duplo, os estudantes de Comunicação e Historia do 3º e 4º semestre que mantém relações políticas amigáveis, devem trocar votos, o que naturalmente faz com que a candidata de museologia fique atrás no processo. Os veteranos de museologia devem anular o segundo voto, mesmo assim, ainda ficam atrás pelo pequeno número de estudantes em relação aos demais cursos. O que pode dar uma reviravolta nesse Tabuleiro é exatamente a calourada de Historia e Comunicação, que atou meio que rebelde nesse processo, mesmo Mauricio com a tentativa de angariar votos dos calouros de historia, compondo chapa com um calouro de Historia não deve levar todos os votos da turma, encontra resistência na parte politização da turma, alguns dizem que só houve a aproximação com a Turma por “motivos eleitoreiros”. Alanna deve ter votos em todas as turmas de Comunicação , mas não sabemos se o 3º e 4º semestre de Historia, terá a mesma reciprocidade em relação ao segundo voto, já que muitos dizem que vão anular, ou votar em juliane em conseqüência do Debate. Uma parte da calourada de historia ligada ao suplente de Mauricio; Robson deve dar o segundo voto a Juliane em razão de um dualismo com Comunicação (calouros), e muitos devem anular os dois votos (ou simplesmente não votar).

Já a calourada de museologia deve dar maciçamente um voto a Juliane, uma parte deve anular o segundo voto, e outra deve votar em Alanna devido à articulação da calourada de Comunicação. E finalmente os calouros de Comunicação, onde as possibilidades são Alanna e Nulo, ou Alanna e Juliane. Com certeza alanna terá todos os votos, e juliane uma boa parte deles. Desse modo matematicamente, se os estudantes de Comunicação realmente do 3º e 4º semestre deram um dos votos a Mauricio, ele ainda estará na frente, mais depende da calourada de história, já Alanna não deve contar com a mesma reciprocidade de historia, mesmo assim nesse quociente leva pequena vantagem em relação à Juliane. As eleições terminam amanhã, é esperar pra ver.

sábado, 14 de junho de 2008

Dúvida Mortal

Era noite de quarta-feira, o céu estava estrelado e a lua imponente e brilhante como sempre. Uma belíssima noite. Mal sabia Maurício que naquele dia veria a lua pela última vez.


***

O jovem Maurício Fernandes, advogado reconhecido em São Paulo, era casado com Madalena e vivia muito bem com sua esposa e seus dois filhos. Maurício, Madalena e os filhos formavam uma família unida e bem estruturada, o amor fazia parte da vida familiar e o casal mantinha uma relação como poucas na sociedade paulistana.


A tranqüila e feliz vida da família Fernandes mudou a partir do dia em que Maurício conheceu Alzira, uma bonita e sedutora mulher, que o procurou para defendê-la numa causa judicial. Quando viu a moça entrar no seu escritório, os olhos do jovem advogado fixaram-se imediatamente nas curvas torneadas e nos olhos esverdeados da bela morena. Maurício encantou-se com Alzira e depois de várias conversas e tentativas, os dois saíram para jantar. Aquele foi apenas o primeiro de muitos encontros. Maurício estava definitivamente apaixonado por Alzira, a jovem moça fazia-o enlouquecer na cama e a cada dia que passava ele se encantava mais e mais.

O advogado passou a viver um triste dilema: de um lado a amável mãe de seus filhos, de outro a apaixonante Alzira. Maurício continuava ao lado de sua esposa e não tinha coragem de contar-lhe a verdade. A pobre Madalena, apaixonada pela família, começou a
perceber algo estranho no marido. Ele já não a tratava como outrora e não brincava nem afagava os filhos como antes. A relação entre Maurício e Alzira estava cada vez mais
empolgante e apaixonada e a morena começava a pressionar o advogado para que ele contasse a verdade à sua esposa. Maurício estava confuso e desesperado, entre a razão e a emoção, a família e a encantadora amante. Com quem deveria ficar? Era a grande dúvida de Fernandes, como os amigos lhe chamavam. Na última vez que se encontrou coma a amante, os dois brigaram bastante e depois de uma ferrenha discussão, Alzira deixou o motel, desesperada e resolveu contar toda a verdade a Madalena.

Era fim de tarde de quarta-feira, quando a amável Madalena descobriu a traição. O ódio tomou conta da pobre moça, deixando-a enlouquecida e capaz de cometer qualquer atrocidade contra o marido. Maurício estava ansioso para chegar a casa e rever a família, mas perturbado por conta da briga com a amante. Naquela noite de céu estrelado, o jovem contemplava a beleza da lua e das estrelas enquanto estava num terrível engarrafamento na Avenida Paulista. Seu pensamento era só um: ver a esposa e os filhos. Ao chegar a casa, abriu a porta e ao entrar na escura sala de visitas, foi apunhalado pela esposa envaidecida - por trás do belo e mimoso rosto, escondia-se uma fria e cruel assassina. Era o fim do bem sucedido e jovem advogado. A dúvida mortal entre família e a amante acabou com uma triste e precipitada morte. Madalena foi julgada e condenada, as crianças passaram a ser criadas pelos avós paternos e a Maurício restou à frieza e silêncio da morte.


Por Tárcio Mota

O breve espetáculo.


Era um dia ensolarado, como outro qualquer, talvez, um sábado. Estava a retornar da escola que estudava em um ônibus coletivo quando este parou diante um semáforo de uma avenida movimentada, na cidade onde morava.
Do ônibus olhei para o visor do semáforo de pedestres e neste apareceu o número trinta. Ficaria, ali, diante aquele semáforo por trinta segundos e não imaginava como poderia ser tão adversa e notória a realidade defronte um sinal de trânsito.
Foi quando percebi uma apresentação de malabarismo diante os carros. Eram três garotos. Eles utilizavam bastões e os arremessavam para o alto, após um deles estar sobre o ombro dos outros dois. Ajeitei-me na cadeira, do ônibus, para melhor observar aquele breve espetáculo. Era algo tão simples e ao mesmo tempo tão complexo que acabei distraindo-me quanto à presença dos outros passageiros, mas isso naquele instante já não mais importava-me. A minha atenção, agora, era para o tempo restante daquela apresentação que de modo ágil e sutil fascinava-me.
De repente, assustei-me ao ver o bastão de um dos garotos cair no chão aos vinte segundos da representação circense de malabares. Cheguei a imaginar um final trágico para o espetáculo, no entanto com um pulo em direção ao chão, e sem utilizar as mãos o garoto apanhou o bastão no chão com o auxílio dos outros dois bastões e para minha surpresa o show de malabares reiniciou. Cheguei a pensar que a queda do bastão foi proposital devido o modo como o incidente foi revertido.
Aos quinze segundos findava-se a apresentação e foi nesse instante que notei, de forma brusca, o contexto em que aqueles garotos viviam. Os três malabaristas, já citados, eram meninos de rua e nestes últimos instantes percorriam em direção aos motoristas em busca de uma moeda.
Nenhum aplauso ou elogio apenas suspensão dos vidros eletrônicos dos carros diante a aproximação dos garotos. Faltavam cinco segundos “a cortina já ia ser fechada”, ou melhor, o sinal já ia “abrir”, e poucas foram às moedas conquistadas, já era visível a inquietação dos motoristas e ao sinal verde avançaram sobre os garotos que, agora, corriam para a calçada. Olhei para o meu relógio de pulso e este marcava o meio-dia. O ônibus começou a se movimentar e pude ver a adversa realidade da qual já vos falastes: os garotos na calçada - a espera de mais trinta segundos - ao lado de duas crianças com sua mãe – uma com um hambúrguer do Mac Donald´s e a outra com uma sacola das lojas Americanas.
E, assim, de forma, simplesmente, agressiva aos meus olhos e mente aquele dia ensolarado, cheio de breves espetáculos, transcorria como um outro qualquer.


por Diego Almeida.

Leite Alves: O sonho mal começou.







Em 2006 a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia foi inaugurada com o intuito de trazer desenvolvimento para a região do Recôncavo Baiano, a Universidade se situa em quatro cidades: Amargosa, Santo Antônio de Jesus, Cruz das almas e Cachoeira. Quando a UFRB foi instituída com os seus “quase” quatro campus, existia uma mobilização para que fosse passado aos estudantes um ensino de qualidade associado a uma estrutura física relativamente nova.
No momento que digo “quase” quatro campus, estou me referindo ao tão sonhado prédio do “Quarteirão Leite e Alves” que está em reforma há dois anos. A restauração do “Leite e Alves” está num ritmo lento e gradual devido a inércia dos órgãos públicos que coordenam a obra e ao número reduzido de operários trabalhando. Contudo sobrou para os alunos a espera de um dia estudarem no “Campus Leite e Alves”.
As aulas da Federal do Recôncavo em Cachoeira são ministradas em um anexo cedido pelo Colégio Estadual de Cachoeira, o centro conhecido como CAHL (Centro de Artes, Humanidades e Letras) está num lugar impróprio para uso universitário, já que não dispõe de espaço suficiente para abrigar todos os aparatos necessários da universidade como, por exemplo: Os laboratórios, o auditório, a TV e radio universitária e biblioteca.
Minha indignação é grande diante da inoperância da reitoria e do descaso que se passa nesse centro, e ressalto que a população baiana está perdendo muito, pois como podemos aprender algum conteúdo sem que haja estrutura? Convoco todos a uma reflexão: “A constituição nos diz que temos o direito a educação gratuita e de qualidade para todos”.
Para finalizar convido os estudantes dessa instituição de ensino a lutar por melhorias em todos os aspectos e a buscar caminhos legais para concretizar nossos direitos constitucionais da Educação no Brasil.
Por Júlio César Sanches.
(Fotógrafos: Alana, Evelyn, Júlio e Simone).

O ônibus errado.

Ela pegou o ônibus errado. Saiu tão ansiosa e apressada, que ela – logo ela - tão correta e exigente consigo mesma, caiu nesta armadilha. Atrasou-se porque demorou demais para se arrumar; é certo que esperar uma mulher nesta tarefa tão difícil, que é se maquiar, se perfumar é um trabalho de paciência muito árduo, mas, sobretudo naquele dia, ela demorou demais.
Ela não me disse para onde pretendia ir com toda aquela produção – confesso que achei estranho – porque ela sempre fora prática demais. Nunca se encaixou nestes estereótipos, até mesmo achava um exagero que certas mulheres demorassem tanto para se aprontar. O que será que a levou a fugir do seu perfil?
O fato é que ela, ao pegar aquele ônibus errado, parou numa rua em que nunca havia estado antes. Desceu e andou pela rua a fim de pegar o ônibus certo, que a levasse de volta para casa, o lugar de onde não deveria ter saído, o seu mundo particular. Mas ao parar na esquina do ponto de ônibus, algo surpreendente a fez mudar de idéia. Passou por ali o Ricardo. Como podia ser? Logo o Ricardo a passar por ali, será que ele a notaria, trocaria umas palavras com ela, quem sabe até a convidaria para jantar?
Não, nada disto aconteceu. O Ricardo até que a viu parada ali, esperando um ônibus, mas não tinha porque ficar ali conversando com ela. Ela sempre fora fechada demais. Ricardo até chegou a pensar que ela nutria antipatia por ele, mas depois percebeu que não, ela era uma mulher introspectiva, que existia sem existir e que não fazia questão nem mesmo de ter alguém mais íntimo ao seu lado. Fazer o quê? Ele tinha mais o que fazer do que perder seu tempo ali.
E esta história continuaria assim, se ela não estivesse num dia realmente especial. Continuaria a nutrir um imenso amor por ele, mas sem a chance de concretizá-lo, porque possuía o dom em intimidar as pessoas que porventura ousassem se aproximar mais um pouco dela. Mas algo nela estava realmente diferente. Ela não estava agindo como de costume, ou quem sabe, estava sendo quem sempre desejou ser, tomando atitudes que a muito ansiava tomar.
Gritou o Ricardo. Este voltou assustado, estaria ela com algum problema? Não, problema algum, aquela era a noite da solução. Ela lhe contou que havia pegado o ônibus errado, mas que chegou à rua certa. Daí seguiu-se um diálogo breve e profundo. Não há como descrever a declaração de um coração apaixonado que há tanto tempo escondia o seu amor. O certo é que o Ricardo além de assustado estava também muito feliz. Estava cansado destas mulheres fúteis e enlatadas, todas com o mesmo conteúdo. Ela era diferente, ela tocou seu coração.
Saíram para uma pracinha próxima e dali foram pra um lugar que não me cabe aqui dizer onde. Aconteceu tudo espontaneamente, do jeito que estas coisas do coração devem ser. Horas depois ele a levou para casa e prometeu pra si mesmo que não desgrudaria mais dela. Eles trabalhavam juntos e ele não entendia como aquilo demorou tanto a acontecer.
Ela tirou a roupa, tomou um banho, deitou na cama... Dormiu maravilhosamente bem. Pela manhã, acordou e ficou na cama pensando na vida como era costume seu. Lembrou do que já havia conquistado e pensou nos seus planos para o futuro. Ela era uma mulher independente, materialmente não precisava mais de nada, era chefe num escritório de contabilidade, ajudava seus pais. Todavia, nada o que construiu até aquela noite teve o poder de deixá-la tão orgulhosa de si mesma.
Aquela história do ônibus errado não passou de mera ilusão. Ela saiu de casa determinada a pegar aquele Lapa II que chegava até a rua do Ricardo. Isto não passou de um artifício que usou para distrair a sua mente e driblar a sua excessiva timidez; a idéia de que chegaria até lá por mero acaso confortava as suas idéias. Foi necessário mentir para a sua razão, para finalmente, ouvir a voz da sua emoção. Na verdade, ela não encarnou nenhuma personagem para agir como agiu, ela simplesmente criou os meios para fazer o que sempre quis fazer.
Todos nós deveríamos fazer o mesmo algumas vezes em nossas vidas, todas as vezes que as nossas emoções se reprimissem por um motivo qualquer. Somente nós mesmos somos capazes de construir o caminho que nos levará ao nosso objetivo, seja ele qual for. E você? Será que também não está precisando pegar o ônibus errado?
Por Laura Oliveira.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

RESENHA “EDIFÍCIO MASTER”


A violência vista na sociedade atual, além do egocentrismo crônico, têm levado as pessoas a se enclausurarem cada vez mais nos seus lares, colaborando para a destruição de vários elos que ocorrem no contexto de vizinhança e relações inter-pessoais. Partindo disso, Eduardo Coutinho, propõe um novo olhar sobre essas características da sociedade atual e de toda a estrutura habitacional que ocorre no âmbito moderno.

Edifício Master mostra o cotidiano das pessoas, que moram num prédio de Copacabana no Rio de Janeiro, de maneira descontraída e inovadora. O documentário aborda as diferentes identidades contidas em um local tão limitado como é um prédio, mostrando como aquilo que é local, se torna universal, diante da pluralidade étnica e identitária encontrada naquele determinado lugar; assim o Edifício Master abriga pessoas de diferentes idades, condições sociais, sentimentos e histórias.

Baseado apenas em entrevistas, o documentário apresenta algumas particularidades existentes entre as divisórias de concretos do edifício, mostrando como as pessoas que se encontram nos corredores e elevadores do prédio, não são meros humanos, mas também seres providos sentimentos e particularidades. Astuciosamente, Coutinho consegue depoimentos contundentes sobre a intimidade de alguns moradores do prédio; mesmo tendo a câmera como um objeto intimidador, os moradores relatam histórias de sua vida que oscilam desde amores prósperos e longos até viagens e transtornos emocionais.

O documentário inicia com moradores contando o passado do prédio, que foi marcado por ter má reputação, abordando uma entrevistada nômade, e antiga moradora do prédio. Além do síndico, que foi responsável pela mudança de caráter do Master, transformando-o em um prédio “de família”.

Apesar de ter o foco principal nos moradores do prédio, o documentário expõe, em forma de clipes, a estrutura desse prédio. Os corredores, cenas das câmeras de segurança e os próprios apartamentos dos entrevistados são mostrados em recortes de vídeo.

Coutinho, apesar de inovar na idéia de fazer um recorte para os moradores de um prédio de classe média, não usa de pirotécnicas cinematográficas, além de ser apenas um “receptor”, tentando não interferir de forma significativa para a alteração de dados e fatos. Esse pensamento pode ser confirmado ao perceber a “trilha sonora” do filme, que é pautada apenas nos sons cotidianos do prédio – como bater de portas e o barulho do elevador.

Por fim, o documentário veio expor o cotidiano das pessoas, de forma reflexiva, fazendo-nos perceber que dentro de grandes estruturas de concreto existem pessoas com uma identidade e uma história própria. Edifício Master é um convite à vida, que vem sendo presa na medida em que o mundo torna-se um ambiente violento, onde você tem que pensar em si mesmo, para não ser engolido por um sistema destruidor e egoísta. Vemos os vidros fechados, as grades no portão, mas por fim, você não poderá proteger-se de si mesmo, de suas dualidades e de sua identidade. É um documentário com pouca tecnicidade, mas com doses altas de histórias e de retratos recortados por uma história social urbana.


Por Tiago Sant’Ana.

sábado, 7 de junho de 2008

Comunicação é diálogo!

Resenha do texto "Comunicação é diálogo" do escritor Eugênio Bucci.


O jornalismo é o principal veículo da informação, portanto deve ser livre, democrático e imparcial. A imprensa no Brasil sempre esteve atrelada ao poder político ou econômico que exercia hegemonia na cena do país, e essa é a mais arbitrária forma de manipulação ideológica exercida pelos meios de comunicação. Mas a imprensa não pode ser ditatorial, não cabe mais num cenário democrático tão consolidado, privilegiar correntes ideológicas ou partidárias, o papel do jornalismo é outro: transmitir informação e manter um contato direto com o seu público.

Embasado por esses princípios o jornalista Eugênio Bucci discorre em seu texto Comunicação é diálogo o posicionamento uniforme da mídia diante de temas como a sociedade, a cultura e principalmente a política, o alinhamento da imprensa, segundo o autor, em “adestrar as massas” é desvirtuar o papel do jornalismo, o que desgasta a credibilidade e a qualidade dos meios de comunicação diante do seu público.

Partindo do conceito do termo comunicar, Bucci afirma que o princípio fundamental da imprensa é buscar “pontes de diálogos” com a sociedade, o debate público não deve ter influências ideológicas da mídia, portanto buscando a imparcialidade, sem condenar ou exaltar nenhuma forma de pensamento, se aproximando do que diz a ética jornalística.

É válido afirmar a coerência da obra escrita pelo autor, não se pode fazer jornalismo segundo a dinâmica de correntes de situação ou oposição, conforme citou no texto, a imprensa deve ser livre, sem sofrer influências. No mercado de globalização capitalista em que o mundo está imerso, a imprensa funciona como uma grande bússola que indica o caminho para onde se deve ir, com ponteiros já alinhados pelo poder hegemônico e sempre dominante, mas essa polarização causa a “desqualificação de quem diverge, a tentativa de dizimar a reputação alheia, (...) e as manipulações deliberadas” (BUCCI, pág. 1). Dessa forma é inválido romper com os princípios éticos, não só do jornalismo, mas de todo o conjunto social, para tentar massificar opiniões e criar uma população alienada. Os ponteiros da bússola devem girar conforme a formação de conceitos individuais.

Portanto é primordial manter a relação entre a imprensa e o seu público, com vetores paralelos entre si, a imprensa transmitindo informação e interagindo com o público, e este funcionando individualmente, transformando uma relação antes ditatorial em uma simbiose entre dois meios complementares. É o que propõe a dissertação de Eugenio Bucci, com evidente categoria.


Por Fernando Mota.

sábado, 31 de maio de 2008

Começou a série A e B do campeonato brasileiro de futebol 2008.


Iniciou no dia 09 e 10 de maio o campeonato Brasileiro de futebol, séries A e B respectivamente. Ambos os campeonatos terão a duração em torno de seis meses, com um sistema de jogos de ida e volta e com as regras de pontuação semelhante ao do futebol Europeu, que é o de pontos corridos.

O nosso estado, conta com um representante na série A, o Esporte Clube Vitória, e um representante na série B, o Bahia Esporte Clube. O atual campeão baiano e representante baiano na série A, o Vitória, entra no campeonato da elite do futebol brasileiro, apontado pela imprensa, principalmente a sulista, como um dos fortes times candidatos ao rebaixamento e “sonhador” a uma das vagas do campeonato Sul-Americano.

O Vitória vem para a disputa da elite do futebol nacional com algumas mudanças em relação ao time do campeonato baiano, a começar pelo treinador Vagner Mancini que assumiu o time na reta final do campeonato baiano, substituindo Vadão que foi para o Goiás. Junto com Mancini vieram alguns jogadores para a disputa do brasileirão, como Héverton (ex-Corinthians), Muriqui (ex-Vasco), Dinei (ex-Atlético Paranaense), e o repatriado Leandro Domingues que estava no Cruzeiro. As pretensões da diretoria rubro-negra é que o time chegue ao menos entre os 10 primeiros colocados no final do campeonato.

O vice-campeão baiano, o Esporte Clube Bahia, conseguiu o acesso à série B ano passado (2007),quando encerrou a série C entre os quatro primeiros, depois de uma árdua caminhada, e para voltar à elite do futebol nacional, terá que terminar a série B também entre os quatro primeiros. A base do time se mantém a mesma para a disputa da série B, com a complementação dos contratados Bruno Meneghel( ex-Vasco), Galvão(ex-Atlético Mineiro), dentre mais alguns outros contratados.

O Bahia para os meios comunicativos sulistas, é um forte candidato à ascensão à série A, mas para isso o técnico Paulo Comelli irá ter que trabalhar muito, principalmente para ter o apoio da grande torcida tricolor, que não vem nada satisfeita com a perda do campeonato baiano nas últimas rodadas e para o time rival.

As cartas estão lançadas, que os representantes baianos na série A e B obtenham êxitos em seus respectivos objetivos nas competições nacionais.



Por Rafael Araponga.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Primeira vez.

Desde que aprendi a escrever tenho diários. Comecei com as agendas, cheias de mistério, escrevendo em códigos sobre os gurizinhos que eu gostava ou sobre como era divertido pular elástico na hora do recreio. Com a adolescência passei a escrever só quando acontecia algo importante, que balançava meu coração, e é assim até hoje. Sempre que algo foge da rotina pego uma caneta, corro pra meu caderninho e começo a contar. Me acalma, me conforta, me faz bem. Só que confesso que a idéia de deixar meus pensamentos, minhas divagações, disponíveis num blog pra quem quiser ler nunca me atraiu. Mas bem... aqui estou, totalmente rendida!!

Entregue porque adoro a idéia de trocar experiências com pessoas que sintam o mesmo que eu e que me ajudem a entender, ao menos um pouquinho, essa vida maluca. Além de ser um ótimo exercício, já que eu amo escrever. Por outro lado, tenho um pouco de receio. Medo de que as pessoas esqueçam da Samille feliz, sempre de bem com a vida, pois aqui elas também vão conhecer o meu lado que ama, que odeia, que chora, que sente, que critica, que grita (e aqueles gritinhos bem altos, agudos e estridentes).

A princípio, o blog foi criado por exigência do professor Péricles Diniz como forma de avaliar os estudantes do curso de jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, mas, analisando o que foi proposto, cheguei à conclusão de que essa vai ser a forma mais eficaz para exercer o que de fato estamos tentando aprender na faculdade: SER JORNALISTAS, ESCRITORES, REDATORES, enfim... trazer a teoria da faculdade para a prática do blog, usar palavras para falar das palavras.

É com esse friozinho gostoso na barriga que escrevo este primeiro texto. Cabeça a mil, cheia de dúvidas, apenas com a certeza de que será muito bom ter esse espaço aqui. Um cantinho com a nossa cara, pra que possamos cuidar do nosso jeito e dividir nossos pensamentos com o mundo.

Por Samille Silva.